Nos últimos tempos, tenho andado um
pouco inquieto, relativamente à evolução de certa forma desenfreada da
Informação / Comunicação que a sociedade, ou seja, as pessoas fazem no seu
dia-a-dia...Acho até que este século será marcante nesta temática, por exemplo
uma das maiores manifestações (TSU) que ocorreu neste pais foi agendada/marcada
nas redes sociais, e haveria ainda mais exemplos!
Isto porque, todas as novas
tecnologias e formas de comunicar, são fabulosas! Hoje tudo nos é
transmitido a uma velocidade estonteante, em que uma determinada informação ou
notícia, é logo difundida ou nos noticiários ou por amigos ou pelos familiares
ou nas redes sociais. Seja ela de índole política, futebolística, religiosa ou
social.
O problema está, no momento da recepção da
informação, em que a mesma, ao ser recepcionada pois na grande maioria das
vezes é filtrada pela sociedade/pessoas, desde logo com uma tendência, imediata
e voraz, para aquilo que chamo do – “APRECIAR LOGO”.
Isto sem que para tal se conheça, o âmbito, os
factos ou as eventuais circunstâncias da mesma. Interessando somente a
satisfação do ego pessoal, do..."Eu é que sei, eu é que percebo,
etc". Mas costuma-se também ouvir dizer…”Para quem não sabe aonde quer chegar,
qualquer caminho serve.”, utilizando-se assim muitas das vezes um modo
minimalista para o entendimento das coisas.
É assim que nesta falta da educação mais básica,
traduzida por exemplo pelo respeito ao próximo, que se gera a falta de feedback, e a distorção na comunicação entre os
indivíduos.
Na sociedade informacional em que vivemos, somos
diariamente bombardeados por notícias dos mais variados teores e objectivos.
Porém, a capacidade de absorver esta fenomenal quantidade de informação e
transformá-la em conhecimento é muito reduzida, devido à falta de debate,
dialogo e discussões sobre os temas abordados.
Isto porque a grande quantidade de informação,
somada à sua rapidez faz com que não seja, fácil a disposição para pensar ou
refletir conscientemente, sobre o assunto tratado ou transmitido.
A tecnologia coloca à nossa disposição
informação sobre praticamente tudo o que imaginarmos. Não deixando de ser até
de certa forma admirável e inovador o facto de podermos conversar virtualmente
com pessoas de todo o mundo. Mas “como não há bela sem senão”, nenhuma
tecnologia, por mais arrojada que seja, substitui a riqueza do contacto humano,
o tête-à-tête, o olho no olho.
Para mim o problema reside exactamente neste campo, ou
seja, no tal filtro que é necessário que exista em cada um, de modo a que seja
feita de uma forma eficaz a gestão da informação, pois se tal não ocorrer
perde-se o discernimento, criando assim e desde logo eventuais preconceitos ou
ideias erradas sobre, pessoas e/ou situações, sem que para tal tenhamos tido a
frieza necessária para avaliar, discutir os conteúdos que nos são transmitidos
ou facultados.
Torna-se pois fundamental que a
razão, a clareza, a objectividade e a coerência, estejam de “mãos dadas”, nesta
relação comunicacional, pois quanto maior for o entendimento entre as pessoas,
maior será o bem-estar existente entre os todos e mais produtiva e eficiente
será a sua convivência.
Eu cá, como já vou nos "40",
para ir evitando cair neste erro, gosto por exemplo, de ler as letras
pequeninas, pois essas é que nos dão a confiança para eventualmente poder...
Julgar, valorar, pensar, decidir, crer, considerar ou estimar.