sábado, 25 de junho de 2016

A Comunicação é vital, já o entendimento é um Dom!



Nos últimos tempos, tenho andado um pouco inquieto, relativamente à evolução de certa forma desenfreada da Informação / Comunicação que a sociedade, ou seja, as pessoas fazem no seu dia-a-dia...Acho até que este século será marcante nesta temática, por exemplo uma das maiores manifestações (TSU) que ocorreu neste pais foi agendada/marcada nas redes sociais, e haveria ainda mais exemplos! 


Isto porque, todas as novas tecnologias e formas de comunicar, são fabulosas! Hoje tudo nos é transmitido a uma velocidade estonteante, em que uma determinada informação ou notícia, é logo difundida ou nos noticiários ou por amigos ou pelos familiares ou nas redes sociais. Seja ela de índole política, futebolística, religiosa ou social. 


O problema está, no momento da recepção da informação, em que a mesma, ao ser recepcionada pois na grande maioria das vezes é filtrada pela sociedade/pessoas, desde logo com uma tendência, imediata e voraz, para aquilo que chamo do – “APRECIAR LOGO”. 


Isto sem que para tal se conheça, o âmbito, os factos ou as eventuais circunstâncias da mesma. Interessando somente a satisfação do ego pessoal, do..."Eu é que sei, eu é que percebo, etc". Mas costuma-se também ouvir dizer…”Para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve.”, utilizando-se assim muitas das vezes um modo minimalista para o entendimento das coisas.


 É assim que nesta falta da educação mais básica, traduzida por exemplo pelo respeito ao próximo, que se gera a falta de feedback, e a distorção na comunicação entre os indivíduos. 


Na sociedade informacional em que vivemos, somos diariamente bombardeados por notícias dos mais variados teores e objectivos. Porém, a capacidade de absorver esta fenomenal quantidade de informação e transformá-la em conhecimento é muito reduzida, devido à falta de debate, dialogo e discussões sobre os temas abordados.  


 Isto porque a grande quantidade de informação, somada à sua rapidez faz com que não seja, fácil a disposição para pensar ou refletir conscientemente, sobre o assunto tratado ou transmitido.


 A tecnologia coloca à nossa disposição informação sobre praticamente tudo o que imaginarmos. Não deixando de ser até de certa forma admirável e inovador o facto de podermos conversar virtualmente com pessoas de todo o mundo. Mas “como não há bela sem senão”, nenhuma tecnologia, por mais arrojada que seja, substitui a riqueza do contacto humano, o tête-à-tête, o olho no olho.


 Para mim o problema reside exactamente neste campo, ou seja, no tal filtro que é necessário que exista em cada um, de modo a que seja feita de uma forma eficaz a gestão da informação, pois se tal não ocorrer perde-se o discernimento, criando assim e desde logo eventuais preconceitos ou ideias erradas sobre, pessoas e/ou situações, sem que para tal tenhamos tido a frieza necessária para avaliar, discutir os conteúdos que nos são transmitidos ou facultados.


 Torna-se pois fundamental que a razão, a clareza, a objectividade e a coerência, estejam de “mãos dadas”, nesta relação comunicacional, pois quanto maior for o entendimento entre as pessoas, maior será o bem-estar existente entre os todos e mais produtiva e eficiente será a sua convivência. 


 Eu cá, como já vou nos "40", para ir evitando cair neste erro, gosto por exemplo, de ler as letras pequeninas, pois essas é que nos dão a confiança para eventualmente poder... Julgar, valorar, pensar, decidir, crer, considerar ou estimar.

domingo, 19 de junho de 2016

O Peso da Pedra do Preconceito!



Nos últimos dias, temos assistido, mais uma vez, ao exacerbar violento de preconceitos, foi em Orlando (USA), contra uma discoteca frequentada por homossexuais e foi em Inglaterra contra uma deputada, por esta ter pensamentos e ideais contrários a outrem.

Aproveitemos assim para nesta altura colocar também a mão na nossa consciência de modo a que possamos fazer uma espécie de acto de contrição, reconhecendo com seriedade e com toda a nossa liberdade de razão e pensamento, assumir que com maior ou menor grau, todos temos ou já demonstramos os nossos pequenos ou grandes preconceitos, sejam eles, de que tipo for.

Ora que acontece é que o estigma sob o preconceito é de tal ordem que ninguém ou poucos o assumem, mas que na realidade ele, infelizmente, existe…Quem é que já não teve um determinado preconceito, perante uma acção, frase, pensamento, um aspecto, uma ideologia, quem nunca teve este comportamento, por mínimo que tenha sido, que “lance a 1ª pedra”! E o preconceito e discriminação podem até acontecer de uma forma banal, por exemplo: “que feio”, “que gorda”, “que magro”, “como é burro este gajo”, “este tipo é tão maricas”.

Deste modo, o preconceito convive diariamente em todos os nossos círculos de interação humana, sendo um artifício usado quando somos confrontados perante o convívio e/ou momentos em que nos defrontamos com aquilo que nos é…não familiar, ou desconhecido ou diferente.

Mas os preconceitos, só surgem porque cada um de nós tem dentro si, sobre determinados, assuntos ou temas pensamentos normalmente equivocados e estereotipados que são reflectidos desde logo em atitudes de intolerância e de certa forma de rigidez, para com o outro. Isto porque todos nos achamos donos da verdade absoluta.

A questão, é que com a evolução e desenvolvimento do ser humano, ao longo dos tempos, começamos a achar que determinados pensamentos ou ideias, iam perdendo força e razão de ser, mas infelizmente os seres humanos são por natureza uns, “avarentos cognitivos” que tentam simplificar e organizar o seu pensamento social ao máximo possível. Ora esta simplificação exagerada é que origina o preconceito e a discriminação. 

Para mais, tais comportamentos discriminatórios manifestam-se com mais intensidade em períodos de crise económica e social. As pessoas, não podendo agir e dispor da total liberdade, sobre as causas da sua situação, acabam por dirigir grande parte da sua ira e dos seus sentimentos negativos, da sua agressividade, contra grupos ou pessoas inocentes ou minoritários. Por exemplo, é frequente, durante os períodos de crise, sectores da população encontrarem nos imigrantes os bodes expiatórios para a sua situação desfavorável. Deste modo, comportam- se de modo hostil e agressivo perante esses grupos.

Sendo assim, entendo que o combate ao preconceito e à discriminação, deve ser travado por meio da educação e da liberdade de pensamento, que deve servir como parâmetro de compreensão do mundo e das diferenças, tendo sempre como objectivo a afirmação da igualdade de direitos e deveres que todos temos uns com os outros, independente de sexo, género, cor, orientação sexual, crença ou situação económica.