Nos últimos dias, temos
assistido, mais uma vez, ao exacerbar violento de preconceitos, foi em Orlando
(USA), contra uma discoteca frequentada por homossexuais e foi em Inglaterra
contra uma deputada, por esta ter pensamentos e ideais contrários a outrem.
Aproveitemos assim para nesta
altura colocar também a mão na nossa consciência de modo a que possamos fazer
uma espécie de acto de contrição, reconhecendo com seriedade e com toda a nossa
liberdade de razão e pensamento, assumir que com maior ou menor grau, todos
temos ou já demonstramos os nossos pequenos ou grandes preconceitos, sejam
eles, de que tipo for.
Ora que acontece é que o estigma
sob o preconceito é de tal ordem que ninguém ou poucos o assumem, mas que na
realidade ele, infelizmente, existe…Quem é que já não teve um determinado
preconceito, perante uma acção, frase, pensamento, um aspecto, uma ideologia,
quem nunca teve este comportamento, por mínimo que tenha sido, que “lance a 1ª
pedra”! E o preconceito e discriminação podem até acontecer de uma forma banal,
por exemplo: “que feio”, “que gorda”, “que magro”, “como é burro este gajo”, “este
tipo é tão maricas”.
Deste modo, o preconceito convive
diariamente em todos os nossos círculos de interação humana, sendo um artifício
usado quando somos confrontados perante o convívio e/ou momentos em que nos
defrontamos com aquilo que nos é…não familiar, ou desconhecido ou diferente.
Mas os preconceitos, só surgem
porque cada um de nós tem dentro si, sobre determinados, assuntos ou temas
pensamentos normalmente equivocados e estereotipados que são reflectidos desde
logo em atitudes de intolerância e de certa forma de rigidez, para com o outro.
Isto porque todos nos achamos donos da verdade absoluta.
A questão, é que com a evolução e
desenvolvimento do ser humano, ao longo dos tempos, começamos a achar que
determinados pensamentos ou ideias, iam perdendo força e razão de ser, mas
infelizmente os seres humanos são por natureza uns, “avarentos cognitivos” que
tentam simplificar e organizar o seu pensamento social ao máximo possível. Ora
esta simplificação exagerada é que origina o preconceito e a discriminação.
Para mais, tais comportamentos
discriminatórios manifestam-se com mais intensidade em períodos de crise
económica e social. As pessoas, não podendo agir e dispor da total liberdade, sobre
as causas da sua situação, acabam por dirigir grande parte da sua ira e dos
seus sentimentos negativos, da sua agressividade, contra grupos ou pessoas
inocentes ou minoritários. Por exemplo, é frequente, durante os períodos de
crise, sectores da população encontrarem nos imigrantes os bodes expiatórios
para a sua situação desfavorável. Deste modo, comportam- se de modo hostil e
agressivo perante esses grupos.
Sendo assim, entendo que o
combate ao preconceito e à discriminação, deve ser travado por meio da educação
e da liberdade de pensamento, que deve servir como parâmetro de compreensão do
mundo e das diferenças, tendo sempre como objectivo a afirmação da igualdade de
direitos e deveres que todos temos uns com os outros, independente de sexo, género,
cor, orientação sexual, crença ou situação económica.
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