domingo, 19 de junho de 2016

O Peso da Pedra do Preconceito!



Nos últimos dias, temos assistido, mais uma vez, ao exacerbar violento de preconceitos, foi em Orlando (USA), contra uma discoteca frequentada por homossexuais e foi em Inglaterra contra uma deputada, por esta ter pensamentos e ideais contrários a outrem.

Aproveitemos assim para nesta altura colocar também a mão na nossa consciência de modo a que possamos fazer uma espécie de acto de contrição, reconhecendo com seriedade e com toda a nossa liberdade de razão e pensamento, assumir que com maior ou menor grau, todos temos ou já demonstramos os nossos pequenos ou grandes preconceitos, sejam eles, de que tipo for.

Ora que acontece é que o estigma sob o preconceito é de tal ordem que ninguém ou poucos o assumem, mas que na realidade ele, infelizmente, existe…Quem é que já não teve um determinado preconceito, perante uma acção, frase, pensamento, um aspecto, uma ideologia, quem nunca teve este comportamento, por mínimo que tenha sido, que “lance a 1ª pedra”! E o preconceito e discriminação podem até acontecer de uma forma banal, por exemplo: “que feio”, “que gorda”, “que magro”, “como é burro este gajo”, “este tipo é tão maricas”.

Deste modo, o preconceito convive diariamente em todos os nossos círculos de interação humana, sendo um artifício usado quando somos confrontados perante o convívio e/ou momentos em que nos defrontamos com aquilo que nos é…não familiar, ou desconhecido ou diferente.

Mas os preconceitos, só surgem porque cada um de nós tem dentro si, sobre determinados, assuntos ou temas pensamentos normalmente equivocados e estereotipados que são reflectidos desde logo em atitudes de intolerância e de certa forma de rigidez, para com o outro. Isto porque todos nos achamos donos da verdade absoluta.

A questão, é que com a evolução e desenvolvimento do ser humano, ao longo dos tempos, começamos a achar que determinados pensamentos ou ideias, iam perdendo força e razão de ser, mas infelizmente os seres humanos são por natureza uns, “avarentos cognitivos” que tentam simplificar e organizar o seu pensamento social ao máximo possível. Ora esta simplificação exagerada é que origina o preconceito e a discriminação. 

Para mais, tais comportamentos discriminatórios manifestam-se com mais intensidade em períodos de crise económica e social. As pessoas, não podendo agir e dispor da total liberdade, sobre as causas da sua situação, acabam por dirigir grande parte da sua ira e dos seus sentimentos negativos, da sua agressividade, contra grupos ou pessoas inocentes ou minoritários. Por exemplo, é frequente, durante os períodos de crise, sectores da população encontrarem nos imigrantes os bodes expiatórios para a sua situação desfavorável. Deste modo, comportam- se de modo hostil e agressivo perante esses grupos.

Sendo assim, entendo que o combate ao preconceito e à discriminação, deve ser travado por meio da educação e da liberdade de pensamento, que deve servir como parâmetro de compreensão do mundo e das diferenças, tendo sempre como objectivo a afirmação da igualdade de direitos e deveres que todos temos uns com os outros, independente de sexo, género, cor, orientação sexual, crença ou situação económica.

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