sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Os Novos Trump(alhões)! E o Antídoto para se evitar uma Trump(alhada)!

Do processo eleitoral que levou à eleição de Trump como presidente dos USA, acompanhado do crescimento de novos fenómenos políticos, como são, o Podemos em Espanha, a FN em França, o 5 Stelle em Itália ou o Brexit no Reino Unido, tem-me deixado um tanto ou quanto inquieto no pensamento quanto à questão ...Como?? Porquê??
E as peças deste puzzle, de mudança politica,começo a chegar a uma triste conclusão. É que na génese para tal crescimento e/ou aparecimento destas novas formações está a fazer-se à custa do declínio eleitoral dos partidos social-democratas por este mundo fora.
Isto porque a crise de legitimidade das elites e o enfraquecimento dos partidos centristas são consequências expectáveis de uma híper-globalização do comércio e das finanças e de como, neste processo, as instituições reguladoras se vem revelando impotentes, perante o fundamentalismo do mercado que tolerou principalmente o crescimento desregulado na mobilidade de capitais financeiros.
Com consequências: Reemergem clivagens sociais entretanto desaparecidas e as sociedades democráticas passam a mover-se pelo ressentimento.
Ou seja, enquanto no passado, o acentuar de clivagens de classe, entre qualificados e não qualificados, que se traduziam em disparidades salariais, tendiam a favorecer o crescimento eleitoral dos partidos de centro-direita ou de centro-esquerda. Hoje, deixou de ser assim. Os perdedores da globalização, ou não votam, ou nem estão a votar nos partidos de ideologia social democrata tradicional, preferindo sim, partidos ou protagonistas excêntricos, desde que se apresentem com a dose adequada de nacionalismo, populismo e revolta contra o status quo, da sociedade.
Ao contrário do passado, a social-democracia, vem deixando de se apresentar como uma plataforma política coerente face aos novos desafios e, pelo caminho, deixou de ser maioritária. A asserção, aliás, é válida também para os partidos democratas-cristãos, pois muitos deles transfiguraram-se, e viraram à direita e são hoje verdadeiras formações ideológicas neoliberais.
É assim que neste cenário devemos valorizar a actual conjuntura politica portuguesa pois esta decidiu com a opção tomada, desviar-se do que seria o óbvio, o tal "Arco de Governação".
Deste modo o nosso contexto politico, de governação pelo PS, com o apoio das esquerdas, tem implementado como seu propósito de linha orientadora, o limitar das desigualdades, e o contrariar das clivagens sociais, que fazem do ressentimento uma arma política, recuperando um espírito comunitário, com políticas que visam devolver e reforçar a pertença social, cultural e política.
Em suma, é hoje possivel perceber, que passado 1 ano desde o inicio desta solução governativa, que para mim, é que cada vez mais, uma boa solução a que é preconizada e assumida pelos partidos de esquerda, devendo inclusive ser elogiada. Principalmente porque decidiu quebrar o elo: - Na austeridade que vinha sendo imposta, onde as escolhas individuais estavam anteriormente alicerçadas, isto em detrimento dos ideais comunitários; - Para além de ter optado pelo lançamento de um um programa realista e coerente que visa recuperar, com novas políticas, os direitos e a dignidade do povo.

sábado, 2 de julho de 2016

O Verão e o Sol, são o nosso Coração!



Agora que cheira a Verão, e o aroma dos bronzeadores, já se vai sentido …vem-me à memória um tema que entendo ser vital e estratégico, para o desenvolvimento da economia nacional, ele é o Turismo.

Isto porque infelizmente o nosso único recurso natural, é o clima, juntamente com a nossa especial forma de estar dos portugueses, quando recebem alguém que vem de fora (interno ou externo), onde a hospitalidade, simpatia, e de bom grado, são inerentes as características do nosso povo.

Apesar de dizerem que somos um povo triste, temos aquilo que outros não têm…os afectos e a vontade do acolhimento e partilha no que de melhor temos. Não nos podemos esquecer daquela frase que diz uma verdade insofismável…”O Turismo, é um dos maiores instrumentos de diálogo entre os povos”…e nisto os portugueses são os campeões!

Sendo assim, há que aproveitar o que temos de melhor e da melhor forma, porque outros embora gostassem, ainda não nos conseguiram extorquir este nosso melhor recurso natural... Acho assim, porque, pelo andar da “carruagem” com aquilo que os principais “Senhores dos Anéis”, deste mundo, vão impondo de maléfico ao planeta, qualquer dia tudo fica mais cinzento na terra.

È num quadro de importância, que entendo ser de todo primordial, que se veja o Turismo, como uma actividade essencial, senão quase até a única, para o desenvolvimento económico de Portugal.
Senão vejamos: No campo do emprego, é um dos sectores com maior empregabilidade e onde a qualificação, é uma exigência premente, pois implica o contacto com as várias culturas, logo exige uma formação vocacional e orientada para o outro/cliente – No item económico é dos que mais dá riqueza para o PIB nacional, contribui para as exportações e consequentemente para a balança comercial – No campo ambiental, acaba por ser um elemento fulcral, para a protecção do meio-ambiente, bem como para a valorização do património. No campo da identidade nacional, potencia a nossa cultura e a nossa história secular.

Infelizmente para mal do nosso país, não deslumbro muito mais sectores de actividade com tanto potencial para crescer e se desenvolver, gerando assim verdadeira riqueza, para além do Turismo, (OK, tirando talvez o futebol).

No actual contexto económico nacional e internacional, global, tenho para mim que aposta neste ramo de actividade, é fundamental para alavancar o nosso crescimento, torna-se inevitável começar a desenvolver soluções que sejam catalisadoras de criarem confiança nos agentes deste sector, para que o investimento cresça.

Mas só com o máximo de aproveitamento das várias sinergias internas é que conseguiremos demonstrar que somo um destino apetecível, seguro e belo, tal qual “um oásis no deserto”, potenciando assim a procura turística pelas nossas praias e rios, gastronomia, cultura e património.

No entanto urge efectivar uma dinamização mais abrangente a todo o território (e não só de Lisboa, Algarve e Ilhas) é de todo essencial que se criem os equilíbrios económicos e ambientais de modo a que a sustentabilidade e optimização dos recursos, não sejam destruídos pela sua massiva utilização.

sábado, 25 de junho de 2016

A Comunicação é vital, já o entendimento é um Dom!



Nos últimos tempos, tenho andado um pouco inquieto, relativamente à evolução de certa forma desenfreada da Informação / Comunicação que a sociedade, ou seja, as pessoas fazem no seu dia-a-dia...Acho até que este século será marcante nesta temática, por exemplo uma das maiores manifestações (TSU) que ocorreu neste pais foi agendada/marcada nas redes sociais, e haveria ainda mais exemplos! 


Isto porque, todas as novas tecnologias e formas de comunicar, são fabulosas! Hoje tudo nos é transmitido a uma velocidade estonteante, em que uma determinada informação ou notícia, é logo difundida ou nos noticiários ou por amigos ou pelos familiares ou nas redes sociais. Seja ela de índole política, futebolística, religiosa ou social. 


O problema está, no momento da recepção da informação, em que a mesma, ao ser recepcionada pois na grande maioria das vezes é filtrada pela sociedade/pessoas, desde logo com uma tendência, imediata e voraz, para aquilo que chamo do – “APRECIAR LOGO”. 


Isto sem que para tal se conheça, o âmbito, os factos ou as eventuais circunstâncias da mesma. Interessando somente a satisfação do ego pessoal, do..."Eu é que sei, eu é que percebo, etc". Mas costuma-se também ouvir dizer…”Para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve.”, utilizando-se assim muitas das vezes um modo minimalista para o entendimento das coisas.


 É assim que nesta falta da educação mais básica, traduzida por exemplo pelo respeito ao próximo, que se gera a falta de feedback, e a distorção na comunicação entre os indivíduos. 


Na sociedade informacional em que vivemos, somos diariamente bombardeados por notícias dos mais variados teores e objectivos. Porém, a capacidade de absorver esta fenomenal quantidade de informação e transformá-la em conhecimento é muito reduzida, devido à falta de debate, dialogo e discussões sobre os temas abordados.  


 Isto porque a grande quantidade de informação, somada à sua rapidez faz com que não seja, fácil a disposição para pensar ou refletir conscientemente, sobre o assunto tratado ou transmitido.


 A tecnologia coloca à nossa disposição informação sobre praticamente tudo o que imaginarmos. Não deixando de ser até de certa forma admirável e inovador o facto de podermos conversar virtualmente com pessoas de todo o mundo. Mas “como não há bela sem senão”, nenhuma tecnologia, por mais arrojada que seja, substitui a riqueza do contacto humano, o tête-à-tête, o olho no olho.


 Para mim o problema reside exactamente neste campo, ou seja, no tal filtro que é necessário que exista em cada um, de modo a que seja feita de uma forma eficaz a gestão da informação, pois se tal não ocorrer perde-se o discernimento, criando assim e desde logo eventuais preconceitos ou ideias erradas sobre, pessoas e/ou situações, sem que para tal tenhamos tido a frieza necessária para avaliar, discutir os conteúdos que nos são transmitidos ou facultados.


 Torna-se pois fundamental que a razão, a clareza, a objectividade e a coerência, estejam de “mãos dadas”, nesta relação comunicacional, pois quanto maior for o entendimento entre as pessoas, maior será o bem-estar existente entre os todos e mais produtiva e eficiente será a sua convivência. 


 Eu cá, como já vou nos "40", para ir evitando cair neste erro, gosto por exemplo, de ler as letras pequeninas, pois essas é que nos dão a confiança para eventualmente poder... Julgar, valorar, pensar, decidir, crer, considerar ou estimar.

domingo, 19 de junho de 2016

O Peso da Pedra do Preconceito!



Nos últimos dias, temos assistido, mais uma vez, ao exacerbar violento de preconceitos, foi em Orlando (USA), contra uma discoteca frequentada por homossexuais e foi em Inglaterra contra uma deputada, por esta ter pensamentos e ideais contrários a outrem.

Aproveitemos assim para nesta altura colocar também a mão na nossa consciência de modo a que possamos fazer uma espécie de acto de contrição, reconhecendo com seriedade e com toda a nossa liberdade de razão e pensamento, assumir que com maior ou menor grau, todos temos ou já demonstramos os nossos pequenos ou grandes preconceitos, sejam eles, de que tipo for.

Ora que acontece é que o estigma sob o preconceito é de tal ordem que ninguém ou poucos o assumem, mas que na realidade ele, infelizmente, existe…Quem é que já não teve um determinado preconceito, perante uma acção, frase, pensamento, um aspecto, uma ideologia, quem nunca teve este comportamento, por mínimo que tenha sido, que “lance a 1ª pedra”! E o preconceito e discriminação podem até acontecer de uma forma banal, por exemplo: “que feio”, “que gorda”, “que magro”, “como é burro este gajo”, “este tipo é tão maricas”.

Deste modo, o preconceito convive diariamente em todos os nossos círculos de interação humana, sendo um artifício usado quando somos confrontados perante o convívio e/ou momentos em que nos defrontamos com aquilo que nos é…não familiar, ou desconhecido ou diferente.

Mas os preconceitos, só surgem porque cada um de nós tem dentro si, sobre determinados, assuntos ou temas pensamentos normalmente equivocados e estereotipados que são reflectidos desde logo em atitudes de intolerância e de certa forma de rigidez, para com o outro. Isto porque todos nos achamos donos da verdade absoluta.

A questão, é que com a evolução e desenvolvimento do ser humano, ao longo dos tempos, começamos a achar que determinados pensamentos ou ideias, iam perdendo força e razão de ser, mas infelizmente os seres humanos são por natureza uns, “avarentos cognitivos” que tentam simplificar e organizar o seu pensamento social ao máximo possível. Ora esta simplificação exagerada é que origina o preconceito e a discriminação. 

Para mais, tais comportamentos discriminatórios manifestam-se com mais intensidade em períodos de crise económica e social. As pessoas, não podendo agir e dispor da total liberdade, sobre as causas da sua situação, acabam por dirigir grande parte da sua ira e dos seus sentimentos negativos, da sua agressividade, contra grupos ou pessoas inocentes ou minoritários. Por exemplo, é frequente, durante os períodos de crise, sectores da população encontrarem nos imigrantes os bodes expiatórios para a sua situação desfavorável. Deste modo, comportam- se de modo hostil e agressivo perante esses grupos.

Sendo assim, entendo que o combate ao preconceito e à discriminação, deve ser travado por meio da educação e da liberdade de pensamento, que deve servir como parâmetro de compreensão do mundo e das diferenças, tendo sempre como objectivo a afirmação da igualdade de direitos e deveres que todos temos uns com os outros, independente de sexo, género, cor, orientação sexual, crença ou situação económica.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

O que parece Pequeno…mas afinal é Grande!


Todos nós já falámos ou ouvimos dizer…” Este Cantinho à beira mar plantado”…”De Portugal ser um país pequeno”, etc, etc…

Mas na realidade acabo por não ter sempre esta sensação quando falamos em território e principalmente nas suas assimetrias e/ou desigualdades regionais…isto porque elas são tantas que parece que temos um território como a Ex. União Soviética…o que não é de todo o caso.

Daquilo que vou observado, na realidade nacional, verificam-se diferenças substanciais entre as várias regiões de Portugal. Se podemos ver algo de bom nesta situação, nomeadamente no que diz respeito principalmente à interessante multiculturalidade. É de todo incompreensível e até intolerante que num território/país afinal tão pequeno se verifiquem ainda tantas e tão grandes desigualdades regionais…mas se quisermos sair das nossas fronteiras, temos como exemplo, uma inexplicável falta de harmonização e convergência entre Estados membros da EU, verificando-se também neste campo assimetrias no que toca ao desenvolvimento socioeconómico.

Mas como me centro na realidade onde vivo, verifico infelizmente que nos últimos anos ocorreu um agravamento significativo no que toca às desigualdades regionais, fruto da austeridade recessiva a que o país foi sujeito. Trata-se de um problema que não nasceu agora mas que tem vindo a sofrer importantes desenvolvimentos negativos, sem que os sucessivos governos empreendam medidas que consigam, ao menos, travar esse processo.

O encerramento de escolas primárias, tribunais, unidades de saúde e repartições de Finanças são por exemplo medidas de carácter meramente financeiro que só vieram acentuar ainda mais o isolamento de muitas regiões do interior com a consequente perda de influência, empobrecimento e desertificação.

Esta problemática das assimetrias regionais e consequentes desigualdades, tem andando um tanto esquecida embora constitua, na minha opinião, um dos problemas estruturais mais graves do país...No ultimo congresso do PS, por exemplo o Primeiro-ministro já deu indicações de algumas medidas a serem concretizadas no terreno, nomeadamente uma descentralização...espero que tais medidas sejam lançadas o quanto antes pois é necessário o aproveitamento de todo o território para o desenvolvimento económico / PIB nacional...e não só do litoral!

Mas o que todos nos devemos questionar é como é que pode haver cidadãos dentro do mesmo país (o seu) e se verifiquem condições de vida muito díspares. Sendo que com o tipo de sociedade implementada em que vivemos e em que temos a procura pelos parâmetros de vida aceitáveis (saúde, emprego, e cultura, etc) levam à inerente desertificação de muitas regiões já que provocam a deslocação das suas populações para as regiões litorais.
Para além de que este facto na mobilidade interior – litoral, tem por exemplo originado uma massificação negativa, no tráfego rodoviário, na construção desenfreada e abusiva, sem o necessário ordenamento.

É para mim de todo urgente desencadear a implementação de políticas regionais que assentem num paradigma da equidade, competitividade, onde por exemplo as políticas assistencialistas que apontem no sentido da promoção dos níveis mínimos de acesso dos cidadãos ao bem-estar, independentemente do local da sua residência, preconizada com a dotação dos espaços menos desenvolvidos com diversos tipos de amenidades urbanas, de acessibilidades, onde o factor humano e cultural, constituía um factor de valorização capaz de servir para atrair actividades produtivas.

Desta forma teríamos certamente um Pais menos assimétrico e com todas as nossas regiões a contribuírem positivamente para o incremento do PIB num menor espaço de tempo, induzindo uma convergência efectiva de Portugal relativamente aos restantes Estados Membros da União Europeia.

Pois como disse o Papa Francisco, na recente visita ao México…Quando o território não é defendido pelos bons, os maus fazem 'justa' a vitória da injustiça.