sexta-feira, 10 de junho de 2016

O que parece Pequeno…mas afinal é Grande!


Todos nós já falámos ou ouvimos dizer…” Este Cantinho à beira mar plantado”…”De Portugal ser um país pequeno”, etc, etc…

Mas na realidade acabo por não ter sempre esta sensação quando falamos em território e principalmente nas suas assimetrias e/ou desigualdades regionais…isto porque elas são tantas que parece que temos um território como a Ex. União Soviética…o que não é de todo o caso.

Daquilo que vou observado, na realidade nacional, verificam-se diferenças substanciais entre as várias regiões de Portugal. Se podemos ver algo de bom nesta situação, nomeadamente no que diz respeito principalmente à interessante multiculturalidade. É de todo incompreensível e até intolerante que num território/país afinal tão pequeno se verifiquem ainda tantas e tão grandes desigualdades regionais…mas se quisermos sair das nossas fronteiras, temos como exemplo, uma inexplicável falta de harmonização e convergência entre Estados membros da EU, verificando-se também neste campo assimetrias no que toca ao desenvolvimento socioeconómico.

Mas como me centro na realidade onde vivo, verifico infelizmente que nos últimos anos ocorreu um agravamento significativo no que toca às desigualdades regionais, fruto da austeridade recessiva a que o país foi sujeito. Trata-se de um problema que não nasceu agora mas que tem vindo a sofrer importantes desenvolvimentos negativos, sem que os sucessivos governos empreendam medidas que consigam, ao menos, travar esse processo.

O encerramento de escolas primárias, tribunais, unidades de saúde e repartições de Finanças são por exemplo medidas de carácter meramente financeiro que só vieram acentuar ainda mais o isolamento de muitas regiões do interior com a consequente perda de influência, empobrecimento e desertificação.

Esta problemática das assimetrias regionais e consequentes desigualdades, tem andando um tanto esquecida embora constitua, na minha opinião, um dos problemas estruturais mais graves do país...No ultimo congresso do PS, por exemplo o Primeiro-ministro já deu indicações de algumas medidas a serem concretizadas no terreno, nomeadamente uma descentralização...espero que tais medidas sejam lançadas o quanto antes pois é necessário o aproveitamento de todo o território para o desenvolvimento económico / PIB nacional...e não só do litoral!

Mas o que todos nos devemos questionar é como é que pode haver cidadãos dentro do mesmo país (o seu) e se verifiquem condições de vida muito díspares. Sendo que com o tipo de sociedade implementada em que vivemos e em que temos a procura pelos parâmetros de vida aceitáveis (saúde, emprego, e cultura, etc) levam à inerente desertificação de muitas regiões já que provocam a deslocação das suas populações para as regiões litorais.
Para além de que este facto na mobilidade interior – litoral, tem por exemplo originado uma massificação negativa, no tráfego rodoviário, na construção desenfreada e abusiva, sem o necessário ordenamento.

É para mim de todo urgente desencadear a implementação de políticas regionais que assentem num paradigma da equidade, competitividade, onde por exemplo as políticas assistencialistas que apontem no sentido da promoção dos níveis mínimos de acesso dos cidadãos ao bem-estar, independentemente do local da sua residência, preconizada com a dotação dos espaços menos desenvolvidos com diversos tipos de amenidades urbanas, de acessibilidades, onde o factor humano e cultural, constituía um factor de valorização capaz de servir para atrair actividades produtivas.

Desta forma teríamos certamente um Pais menos assimétrico e com todas as nossas regiões a contribuírem positivamente para o incremento do PIB num menor espaço de tempo, induzindo uma convergência efectiva de Portugal relativamente aos restantes Estados Membros da União Europeia.

Pois como disse o Papa Francisco, na recente visita ao México…Quando o território não é defendido pelos bons, os maus fazem 'justa' a vitória da injustiça.

Sem comentários :